Você sabia que mais de 80% das empresas no Brasil são familiares e que 85% delas não sobrevivem para a segunda geração assumir? Você sabia que, das 300 maiores empresas brasileiras, 265 delas são familiares? Desse modo, podemos olhar para dois ângulos diferentes dessas estatísticas…. O primeiro é que existe uma chance muito grande de uma empresa familiar não poder ser passada para uma nova geração assumir. A segunda é quebrar o mito de que empresas familiares não funcionam, que não existe como conciliar trabalho e família.
Diante desse quadro, fica então a pergunta: aonde estão os maiores empecilhos para uma empresa familiar dar certo? Vou dar 4 visões:
- Muitos fundadores não preparam sucessores e, por vezes, demoram demais para entregar o comando. Isso ocorre porque o fundador domina o conhecimento do negócio e acham que os mais jovens não terão o tino necessário para seguir em frente. Acabam, assim, delegando muito pouco e centralizando o comando mesmo com uma idade avançada.
- Muitos fundadores erram por não aceitarem a visão dos mais jovens e muitos jovens erram por não respeitar a geração que está no comando. Quando acaba o diálogo, em geral acaba a empresa, é só uma questão de tempo. A visão diferente do rumo dos negócios pode não ser um problema e sim uma oportunidade estratégica de, somando ideias, encontrar novas oportunidades para a empresa.
- A falta de respeito à separação entre ambiente profissional e o lar gera conflitos que ultrapassam ambas as fronteiras. Dentro de casa, marido e mulher, pais e filhos ou irmãos acabam discutindo sobre trabalho como se estivessem em seus escritórios. Dentro da empresa, os mesmos membros da família levam divergências pessoais para o âmbito profissional, causando uma série de conflitos.
- Muitos fundadores não profissionalizam suas empresas e acabam fazendo do sobrenome o principal critério para ocupar os mais importantes cargos. Por vezes, o fundador tenta encontrar ocupação para todas da família que tenham idade e desejo de trabalhar na empresa e isso acaba deixando a competência profissional como requisito secundário.
As razões são muitas, mas sinto que o grande desafio de quem comanda uma empresa familiar é esse: TER UMA EMPRESA FAMILIAR COM GESTÃO PROFISSIONAL. A família entra com os seus valores, seus membros mais capazes e agregam a essa organização uma gestão totalmente voltada ao que existe de melhor em sistemas de administração de uma empresa, colocando em posições chaves pessoas que não são do seio familiar mas reconhecidas pelo mercado como excelentes naquilo que fazem.